terça-feira, 13 de março de 2012

O Turbilhão

É estranho como, muitas vezes, as pessoas entram e saem da nossa vida... Quais vampiros sentimentais impiedosos, os que realmente passam a ser ou deixam de ser importantes, levam muito mais do que aquilo que deixam.

Não perguntam, entram sem avisar, iniciam um turbilhão de emoções, que se prolongam eternamente enquanto duram. Fazem-nos questionar os paradigmas instituídos dos nossos cinco sentidos. 

A visão, torna-se idílica; o cheiro, um constante perfume frutado com almíscar e sândalo; o sabor, doce travo permanente e inexplicável; o toque, a leveza das mãos que deslizam guiadas por toda a superfície a percorrer.

O que antes era um dia de sol com uma intensidade decrescente à medida que o dia se ia, agora arde num constante mar de lava interior e profundo numa cratera de um vulcão adormecido à superfície. 

Não perguntam, saem sem avisar, deixando a aridez  e a desilusão; a tarefa da recolha dos estilhaços, os cacos a serem varridos, o vulcão adormece no seu interior, o mar de lava recolhe-se. A visão tolda-se e faz-se sombria; o cheiro, a queimado; o sabor, acre; o toque, insensível. O terreno estéril para sensações...

Até que surgem as próximas chuvas que amenizam a aridez, encharcam as extensões desérticas e a terra fica novamente mole... e eis, qual brisa quente que se sente a levantar, que surge lá longe a espiral de um novo tornado.

De cada vez, as sensações são as mesmas, o curso da natureza é linear; o que muda somos mesmo nós. Aprendemos que só entra quem deixamos e só sai quem nunca esteve destinado a ficar.