sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Conselhos


Já dizia a minha querida avó que, se os conselhos fossem mesmo bons, não se davam… vendiam-se! Não podia concordar mais com ela e foi estranho que alguém tão simples me pudesse transmitir tão magnânima verdade.

Aconselharam-me a ser ponderada, nunca dizer tudo o que se pensa pois há uma imperiosa necessidade – de quem? – de se ser politicamente correcto, socialmente. Na verdade, conhecem-me pela minha honestidade desabrida, pela frontalidade como digo, não tudo o que penso mas, de certeza, tudo aquilo que penso que devo dizer.

Aconselharam-me, igualmente, a ficar pela minha zona de conforto, o que eu conheço, o que é meu por usucapião de sentimentos, porque… é mais seguro. Segui á risca. Embarquei num avião rumo a Angola, sem conhecer vivalma, levando na mala previsões "nostradramáticas" de perigos eminentes e insegurança ao virar da esquina. Não paguei excesso de bagagem mas asseguro-vos que o peso das saudades ultrapassava os quilos permitidos. Foi tanto como me disseram, que estou por cá há uns anitos e vivo cheia de medo de virar esquinas, só ando em frente.

No meio de tudo isto, surge a clássica, então e família? Olha que os anos passam… por isso, aconselharam-me a “assentar”. Mais uma vez, foi exactamente o que fiz; passo o tempo a viajar, não devo satisfações a ninguém a não ser que queira dá-las, sou workaholic por definição e adoro o raio da minha vida, que é tudo aquilo que sempre imaginei que ia ser, desde tenra idade.

E por fim, depois de várias acusações de entrega total e suas consequências, que deveria medir melhor, estudar as pessoas e, depois então, – então o quê? – deveria entregar-me, de corpo e alma. Nunca desobedecendo, porque gosto imenso de fazer algo que outros acham o melhor para mim, entrego-me todos os dias ao meu trabalho como se fosse ser despedida amanhã; ajudo o próximo até ao limite do meu possível, apaixono-me com a intensidade do sismo mais grave na escala de Richter.

E querem que vos diga algo… estou a adorar os resultados! Por isso, desculpem-me, mas que se lixem os conselhos!