Exmo. Tu,
Ás vezes as coisas acontecem sem
uma razão…verdade enganosa, esta. Tudo tem uma razão para acontecer, podemos é
não perceber, desde logo, qual é. Confesso-te que quanto a ti ainda não consegui
descortinar, após tanto tempo.
Seria o teu eu tão mais
importante que o nosso nós? Efectivamente, foi, e suplantou tudo o que tinha sido reconstruído
arduamente, depois de todo o caminho percorrido.
Bastava que me olhasses nos
olhos, pegasses nas mãos com convicção de quem sabe o que quer e dissesses que
nós continuávamos a existir e que o teu eu, temporariamente, esqueceu-se disso. O
meu eu dir-te-ia que nada mais era tão importante e traçaria novamente os planos
adiados por algum tempo, desta vez a marcador e não a lápis.
Mas o teu eu não o fez,
enredou-se em desculpas e falas mansas sem nunca explicar ao nós o que o tu
tinha feito.
Dizem que o tempo cura, mas não…apenas cicatriza e às vezes,
com sorte, cauteriza.
Espero que o teu eu esteja satisfeito, porque conseguiu que
restasse apenas o tu e eu. Grande coisa para se conseguir…
Melhores Cumprimentos,
Nós