Angola é assim, simples… prende,
atraca, aterra e entranha-se.
Não há como fugir às cores da
terra, ao calor da noite, á humidade sensual do seu meio inverno, o sotaque
cantado e o "só" sempre a meio, primo do “ya” e “tá fixe”, a terminar as frases. Angola
prende e repõe o elo que se julgava estar a perder.
Se por um momento, tenta-se mudar
de vida porque cansa, de ar porque queima, de mundo porque se sente saudades,
Angola não deixa. Com a sua brisa primaveril envolve-nos numa aura de
misticismo e sem razão, só porque sim, voltamos a ficar.
Se por um outro momento sente-se
receio porque é perigoso, se a liberdade é-nos toldada por protecção, se a vida
que queríamos viver não é vivida, e queremos partir, Angola não deixa. Pede só
mais um bocadinho, só mais uns meses porque o verão é grande e as praias de mar
esmeralda e areias brancas, chamam-nos.
Queria mudar de mundo mas Angola
não deixou; queria partir mas Angola fez-me ficar… obrigada Angola! Estamos
juntos para mais um ano…