Em Angola é mesmo assim, sentimo-nos sozinhos rodeados por uma miríade de pessoas. Falamos com imensa gente que de algum modo acrescentam-nos algo, cada vez que cruzamos os caminhos. Torna-se desgastante, por vezes.
Frequentemente não apetece escutar… ouvimos mas não absorvemos, a nossa capacidade de interacção reduz-se ao mínimo e cada tentativa de ligação obriga a um esforço sobre humano. Como se a rede das nossas conexões se encontrasse totalmente sobrecarregada.
É a esta altura que começamos a sentir a necessidade imperiosa de isolamento, de ouvir todos os ruídos como se estivem longe, muito longe… Em Angola, nunca há um restaurante vazio o suficiente, um café sossegado, uma estrada totalmente desimpedida.
Apenas depois de algum tempo, percebemos que o rebuliço que não nos larga está dentro de nós, vem da terra que pisamos, do ar que respiramos. Somos emigrantes, nunca sentimos a casa vazia, porque não é nossa… é sempre dos outros.
Os povos primitivos eram recolectores...colhiam aquilo que a terra dava...e quando acabava...mudavam de sitio
ResponderEliminarAcho que colheste aquilo que esta terra tinha para te dar...agora precisas de alimento na alma..tens fome de mimos
Suzy